Os volumes em balanço, a ortogonalidade, a textura do concreto nu são algumas das características que definem o trabalho do arquiteto paulista Marcio Kogan na casa de veraneio em Paraty, no Rio de Janeiro, projetada em janeiro de 2008 e finalizada em maio de 2009. Com este projeto de arquitetura e interiores, Kogan ganhou dois prêmios: o primeiro lugar no Leaf Awards 2009, um dos mais importantes prêmios de arquitetura da Europa, e o Design Awards 2010, da revista britânica Wallpaper, na categoria "Best new private house" (melhor casa).
Construída para um casal de jovens colecionadores de móveis brasileiros do século 20, a casa tem acesso somente por barco. Os proprietários queriam um lugar que pudesse abrigar sua coleção de mobiliário e passar os finais de semana em meio à natureza. Assim, contrataram Kogan para desenvolver o projeto que resultou em duas caixas de concreto engastadas na pedra, dois volumes que se projetam da montanha, quase na altura da praia, num balanço de 8 metros. Numa engenhosidade estrutural, a construção se equilibra na topografia do terreno, constituindo um grande vão e um espaço habitável na natureza quase intocada.
Ao desembarcar e pisar na areia, o visitante avista uma piscina, revestida com pedras brasileiras e que parece se confundir com o próprio mar. Depois, uma ponte metálica sobre um espelho d’água forrado de cristais conduz a uma escada que se conecta ao volume inferior da casa. Neste volume estão os ambientes de estar, a cozinha e a área de serviço. O espaço interno é contínuo, com 27 metros de extensão, e frente fechada com vidros para total aproveitamento da vista.
A mesma escada que parte do espelho d'água no térreo sobre até o volume superior que abriga os quartos. Lá, painéis retráteis de graveto de eucalipto dispostos na fachada principal protegem os dormitórios do sol e perfumam o ambiente. Já os espaços voltados para a montanha têm pequenos pátios internos com aberturas para entrada da luz solar. Para encerrar, Kogan criou terraços nas coberturas. O arquiteto fez mirantes para os moradores observarem a mata atlântica do alto, um jardim para as esculturas e cultivo de plantas medicinais e ervas comestíveis.
Fonte: UOL/ Arcoweb /Archdaily
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